Existe um aspecto das habilidades pessoais que é a base para todo tipo de interação humana. Estamos falando de Assertividade.
Antes, vamos à definição de Assertividade segundo Dale Carnegie:
“Assertividade é a habilidade de falar e agir de tal modo que as pessoas sejam levadas a reagir de maneira positiva e com atenção.”
Para que as coisas aconteçam para você, é preciso que se expresse de maneira positiva e proativa.
Mas, qual o real sentido da assertividade no ambiente empresarial de hoje?
Em primeiro lugar é preciso ter a consciência de que no ambiente empresarial avança, evolui aquele que se destaca, portanto, é preciso se destacar e obter a atenção em tudo o que você faz.
E, no ambiente empresarial, existem poucas coisas que podem ser consideradas como certas, como verdades absolutas. Por exemplo, todo ser humano deseja ser tratado de modo justo. Isso é uma verdade. Nem sempre somos atendidos nesse desejo, mas ele sempre existe. Ou você já se sentiu confortável em alguma situação onde achou que foi tratado injustamente? Tenho certeza que não.
E quando a injustiça surge, nos atingindo diretamente? Como agir? Fingir-se de morto? Gritar, berrar, espernear seriam soluções saudáveis? Para ser tratado de modo justo é preciso expressar com clareza, educada e eficazmente quais são suas preferências, necessidades, opiniões, reclamações e outros sentimentos. Essa responsabilidade é sua. Ninguém poderá fazer isso por você. Porém, isso deve ser feito de maneira apropriada e produtiva, caso contrário, o que estará fazendo é apenas privar-se daquilo que merece e privar também as pessoas das contribuições que você tem a dar.
É preciso, portanto, colocar os seus direitos e responsabilidades em ação.
Os parâmetros de justiça (não a justiça legal, mas a justiça nas suas relações) devem ser claramente estabelecidos por você, para que quem se relaciona com você saiba quais são os limites a serem respeitados. Saber estabelecer esses parâmetros é o verdadeiro significado de assertividade.
Imagine-se como se estivesse no trânsito. Quando você sai da sua casa em direção ao seu trabalho, por exemplo, você sabe aonde quer chegar, porém, é preciso respeitar as leis de trânsito, evitando ultrapassagens perigosas, avanços de sinais vermelhos e andar na contramão, por exemplo.
Eu diria que a assertividade é o equilíbrio entre dois extremos: a agressividade impulsiva e a passividade derrotista.
As pessoas agressivas são excessivamente exigentes, egocêntricas, imprudentes, hostis e arrogantes. Elas agem de forma repulsiva, afastando as pessoas. As pessoas passivas são fracas, complacentes e não respeitam seus próprios interesses. E acabam se tornando igualmente desinteressantes e afastam as pessoas de si. Só não afastam um tipo de pessoas: as agressivas, pois nas pessoas passivas, aquelas agressivas encontram um campo perfeito para atuar da forma que mais gostam.
Homens e mulheres capazes de fazer com que suas idéias sejam reconhecidas sem, contudo, impedir que outras pessoas façam o mesmo, são aqueles (as) que encontraram o equilíbrio entre agressividade e passividade. São, portanto, pessoas assertivas. Todavia, estamos falando de comportamento humano. E, como já falamos em outros artigos, quando se fala de pessoas e seus comportamentos, prevalece a diversidade, a flexibilidade. Isso é ótimo porque nos diferencia, porém, traz a dificuldade de identificarmos, por exemplo, quando um comportamento é assertivo. Quando não se trata de pessoas extremamente agressivas ou extremamente passivas, a definição do comportamento como assertivo não é simples.
Para facilitar a identificação de comportamentos agressivos, passivos e assertivos, vamos a um exemplo real, prático:
Você faz parte de uma equipe de trabalho na sua empresa que envolve muitas pessoas. Lembra-se da diversidade que comentamos há pouco? Pois é, ela está presente nessa equipe. São muitas personalidades diferentes fazendo parte da mesma equipe. E um trabalho em equipe requer conciliação. Então, vocês têm que se entender!
A equipe recebeu de seu líder a tarefa de executar um projeto que demandou várias horas de trabalho, durante várias semanas, foi preciso um esforço coletivo gigantesco para que tudo terminasse bem e vocês conseguiram! Tudo resolvido! Ufa!
Porém, a história não termina por aí. Um (e apenas um) dos integrantes da sua equipe foi escolhido pelo seu líder para receber um elogio pessoal. Sabe aquele reconhecimento que faz toda a diferença na sua motivação? Pois é, toda a equipe trabalhou bem, mas só um foi escolhido para esse reconhecimento. Injusto, não é? Como você se sentiria? Péssimo, não é verdade? Porém, em uma situação como essa o mais importante não é o que você sente e sim como você REAGE.
Vamos então diferenciar as reações de uma pessoa agressiva, uma pessoa passiva e uma pessoa assertiva submetidas a essa mesma situação.
A reação agressiva:
Uma pessoa agressiva reagiria a essa situação de forma hostil ao gerente e à pessoa que recebeu esse elogio. Haveria ira e palavras duras. Algo como taxar o elogiado de puxa-saco e o gerente como uma pessoa que gosta de bajulação, por exemplo.
A reação passiva:
Uma pessoa passiva vai reagir a essa mesma situação de forma a admitir que tudo está dentro da sua normalidade e que nada de anormal está acontecendo. Talvez, fantasiosamente, para desculpar sua incapacidade de fazer valer seus direitos, até reconhecesse um “esforço maior” do integrante da equipe elogiado em relação a si mesmo e aos outros integrantes da equipe. Certamente, não tomaria nenhuma atitude.
A reação assertiva
A reação assertiva está no equilíbrio entre esses dois extremos. A reação assertiva tem o foco no ponto de vista profissional e nunca no pessoal. Uma pessoa genuinamente assertiva, em uma situação como essa, primeiro identifica o que sente, como se sente e só então, busca uma forma adequada de expressar o que sente no contexto organizacional.
É natural que você se sinta pessoalmente atingido por somente um membro da equipe ter recebido o tal elogio por um trabalho que foi igualmente realizado por todos, mas, lembre-se você está em um ambiente empresarial e o foco das suas ações deve sempre ser os negócios.
Vamos imaginar então que, para expor o que você está sentindo, você marque uma reunião com o seu líder. Se sua abordagem durante a reunião tiver um foco pessoal no que você está sentindo, isso soará pouco profissional. Seu líder poderá considerar isso como um mimimi de alguém enciumado. Não aborde o assunto com uma fala como, por exemplo, “Eu trabalhei tanto quanto o Fulano (o elogiado). Por que só ele levou todo o crédito do trabalho realizado?”.
Uma maneira mais assertiva de abordar o assunto nessa reunião é reconhecendo a importância do trabalho e da contribuição do Fulano para a realização do projeto e aí sim, demonstrar sua preocupação com você e com o resto da equipe. Veja um exemplo de abordagem assertiva:
“Entendo que você esteja feliz com o desempenho do Fulano no projeto e também fico feliz, porque a contribuição dele foi importante. Mas tenho uma preocupação: toda a equipe se esforçou muito, inclusive eu, todos nos dedicamos bastante ao projeto. Quando acontecer a minha avaliação de desempenho, quero estar certo de que meu esforço será reconhecido, como o dele. Isso realmente tem importância para mim. O mais gratificante seria, certamente, que cada um de nós recebesse também um agradecimento pessoal, um reconhecimento. Minha preocupação é como isso afetará minha carreira na organização.”
Além da maneira como aborda o assunto, demonstrando a preocupação com a equipe e com a carreira, é importante também a sua entonação vocal no momento em que for falar com o seu líder. Ser assertivo é falar alto (não gritar) e claramente o que você está querendo expressar.
Quando uma pessoa tem um comportamento assertivo, ela se destaca e se coloca no time dos vencedores. Encontrar o equilíbrio entre uma reação infantil (chorar, fazer bico) e uma explosão de raiva no ambiente empresarial é transmitir uma imagem madura, adulta ante a polarização infantil.
Quando se dispõe a observar os componentes de uma ação assertiva, fica mais fácil perceber o contraste entre um comportamento infantil e um comportamento adulto.
No próximo artigo (Os componentes da Assertividade) falaremos sobre como a assertividade ajuda você a vencer o medo, a timidez, a passividade, a raiva e as emoções infantis no ambiente organizacional.
Tenha certeza de que o Coaching pode te ajudar a ser mais Assertivo no seu ambiente de trabalho e nas suas relações em geral.
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